A Fundação João Bento Raimundo é uma instituição de solidariedade social que tem o principal campo de ação no concelho da Guarda, mas acolhe utentes de todo o país, fruto de um crescente prestígio e de uma reputação consolidada, enquanto prestadora de respostas sociais.
Tem sede junto ao ponto mais alto da cidade da Guarda, rodeada de árvores centenárias da mata do antigo Sanatório Sousa Martins, hoje Parque da Saúde. Beneficia do ar puro, internacionalmente certificado, que no final do século XIX esteve na origem da escolha científica para a localização daquela que seria uma unidade de referência no tratamento de doenças respiratórias.
Os edifícios da Fundação João Bento Raimundo formam um moderno e funcional conjunto, com amplo espaço livre e zonas verdes envolventes. Acolhem centenas de crianças, pessoas deficientes (cidadãos com necessidades diferentes e que aqui são ajudados a descobrir e a aperfeiçoar as suas capacidades) e idosos.

A 13 de fevereiro de 1986 era constituída a Associação de Beneficência Augusto Gil. Conforme os estatutos publicados, a 7 de julho do mesmo ano, em Diário da República, esta Instituição Particular de Solidariedade Social teria como principal objetivo a promoção social, cultural e recreativa da população da Guarda. Os associados elegeram João Bento Raimundo como presidente, por absoluto consenso, querendo assim aportar ao novo projeto a experiência, a visão estratégica, o espírito empreendedor e o prestígio do fundador.
A atividade da Associação teve início em janeiro de 1987, focada no apoio a franjas vulneráveis ou desfavorecidas. Em colaboração com o Serviço de Pediatria do então Hospital Distrital da Guarda e com a Equipa de Ensino Especial Integrado, foi instituída a Consulta de Desenvolvimento, através da qual ser assegurou acompanhamento médico, psicológico e social a crianças com especiais carências, referenciadas em todo o distrito da Guarda, permitindo diagnosticar necessidades, assegurar o acompanhamento dentro e fora da esfera familiar ou efetuar o encaminhamento para outras instituições de apoio social.
Tratou-se, à época, de uma resposta pioneira na recuperação de crianças com necessidades especiais, valorizando as suas potencialidades, apoiando as famílias e integrando-as na sociedade.


No mesmo ano de 1987, em outubro, a instituição voltaria a destacar-se pela inovação, ao criar uma creche familiar, em parceria com o Centro Distrital de Segurança Social. A Associação de Beneficência Augusto Gil oferecia um modelo novo de conciliação entre a vida familiar e pessoal e de partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo educativo, num plano individual, de acordo com as necessidades de cada criança. A missão era assegurada por uma rede de cerca de 20 amas, distribuídas em várias zonas geográficas, que prestavam apoio a 80 crianças.
A partir deste bem-sucedido programa evoluiu-se, em 1989, para a abertura de uma creche própria com capacidade para 20 crianças, com idades entre os três meses e os três anos.
O início da década de 90 marcou um enorme impulso na vida da instituição, com a construção de instalações de raiz, projetadas para cada resposta social, em terreno inserido na parte mais alta do Parque da Saúde da Guarda, na avenida Alexandre Herculano.
Não sendo necessária para fins hospitalares, a pequena parcela da antiga Mata do Sanatório Sousa Martins foi cedida pelo Ministério da Saúde, tendo à época Leonor Beleza como ministra, atentos os fins sociais e assistenciais propostos.
Foi assim que, no ano de 1991, começou por funcionar um moderno Jardim de Infância, que rapidamente granjeou reputação, não só pela qualidade da resposta (assegurada por profissionais do desenvolvimento infantil, com formação em educação da infância), mas também pelo conforto, pela funcionalidade e pela segurança das instalações.

Mas a realidade demográfica da região impunha já um outro nível de resposta a uma população envelhecida e carente de estruturas de apoio. Surgiu, assim, o primeiro Centro de Dia, com capacidade para 30 utentes. Idosos que permaneciam no seu meio natural, mas recebiam um acompanhamento permanente, em inovadoras práticas de fomento do envelhecimento ativo.
A Associação de Beneficência Augusto Gil não perdia de vista, porém, a missão inicial de apoio a pessoas portadoras de deficiência. Na viragem do século entrou em funcionamento o Centro de Atividades Ocupacionais, progredindo na assistência e inclusão de jovens e adultos através de cuidados especializados. Mais tarde, o Lar Residencial passaria a assegurar essa resposta, em regime de permanência, a cinco dezenas de beneficiários.
O crescimento progressivo do número de utentes, a evolução constante ao nível dos serviços prestados e o enraizamento consolidado junto da comunidade, não só na Guarda como na região, fazem com que esta seja uma Casa sempre em obras. A primeira grande ampliação decorreu no ano de 2005, acrescentando cerca de dois mil metros quadrados de área coberta, com novos ou requalificados espaços para creches, ATL e centro de dia, mas também serviços centrais, zonas de multiuso e estacionamento subterrâneo.




As novas instalações permitiram avançar para novos modelos de apoio pedagógico, com a abertura do Centro de Estudos Integrados, onde é dado enfoque ao desenvolvimento das capacidades dos alunos, complementando as ações desenvolvidas no meio escolar e valorizando as componentes lúdica e de desenvolvimento vocacional.
No ano de 2006 abria portas a Escola Profissional da Guarda, cobrindo uma lacuna que fazia da cidade a única capital do distrito a não oferecer ensino profissional, numa altura em que o sistema educativo e o mercado de trabalho se debatiam com a necessidade de resposta ao nível da qualificação não superior.
Foi de Associação de Beneficência Augusto Gil a posicionar-se na linha da frente, pertencendo-lhe a quase totalidade da participação na entidade – a Ensiguarda – que tornou possível, após o devido reconhecimento pelo Ministério da Educação, a existência deste tipo de ensino na Guarda, que rapidamente ganhou procura e prestígio a nível local, regional e nacional, destacando-se na formação de quadros técnicos intermédios com elevada taxa de empregabilidade.


Em 2008 a Associação instituiu-se e foi reconhecida como Fundação, mantendo no essencial a missão: a solidariedade social. Uma década depois, por decisão consensual dos curadores, passou a designar-se Fundação João Bento Raimundo, como reconhecimento da ação e do mérito do seu fundador, primeiro presidente e maior benemérito.
A capacidade empreendedora prosseguiu com um grande investimento na construção de uma Residência Sénior, um conceito que veio contrariar a conotação negativa associação à institucionalização de idosos e rapidamente superou as melhores expectativas em termos de procura. Tanto o modelo inovador como as instalações modernas mereceriam rasgados elogios do então Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, que presidiu à inauguração.
A melhoria do espaço físico nas diversas valências da Fundação tem sido uma constante. Qualquer registo de imagem das diversas instalações torna-se, rapidamente, desatualizado face à dinâmica de crescimento ou requalificação.

Em 2014 foi adquirido o edifício, na Rua Comandante Salvador do Nascimento, onde passou a funcionar a Escola Profissional da Guarda, cuja atividade já ditou várias ampliações, designadamente para a construção de um bar, de uma cantina e de uma sala de conferências com capacidade para mais de 400 pessoas. As oficinas e os laboratórios funcionam num imóvel próximo, entretanto também acrescentado ao património da Fundação.
Em 2017 foi lançada uma nova obra, num terreno próximo das instalações centrais na Avenida Alexandre Herculano, que respondeu à necessidade de alojamento dos estudantes da Escola Profissional, provenientes de praticamente de todos os concelhos do distrito da Guarda e ainda dos distritos limítrofes de Bragança, Viseu e Castelo Branco.

Três anos depois a Residência de Estudantes já beneficiava de uma ampliação, para responder à crescente procura. Entretanto, a Fundação adquiriu parte de umas antigas instalações industriais, na Rua da Malmedra, para onde projeta um segundo polo residencial para alunos.
Em 2018 foi adicionado um bloco ao edifício central na Avenida Alexandre Herculano, disponibilizando novos espaços para creche, pré-escolar, cozinhas e cantina.


A Loja Social mantém a dinâmica de acompanhamento no colmatar de carências e fragilidades de famílias necessitadas.
Um segundo lar residencial para pessoas com deficiência encontra-se em fase final de projeto.
A Fundação João Bento Raimundo é hoje a maior Instituição Particular de Solidariedade Social das Guarda e uma das maiores da região. Com um quadro de cerca de 140 colaboradores, serve quase mil utentes, entre utilizadores das diversas respostas sociais e alunos da Escola Profissional.
Da infância à terceira idade, constroem-se laços que valorizam os saberes de gerações e preparam os jovens para o futuro.



